A menina que carrega luz no nome

A menina acorda com uma dose de sorriso no rosto todas as manhãs. Ela se levanta calmamente da cama, afasta as cortinas e abre as janelas. Essa menina gosta de sentir o calor do sol aquecer sua pele enquanto fecha os olhos e planeja seu novo dia. Ela não percebe, mas quando os abre eles refletem a luz do sol em um lindo tom de verde.

Depois de fechar as janelas e puxar a cortina de volta ao lugar, ela prepara um bom café. Ela não o faz muito forte. Odeia o gosto amargo, por isso adiciona uma colher exagerada de açúcar. Toma-o pouco a pouco como se o saboreasse pela primeira vez. E apesar de encher a xícara nunca toma o café todo. Ela tem essa mania. E mais cem parecidas com essa. Logo após de preparar e beber seu líquido escuro preferido, a menina se senta em sua velha mesinha de madeira. Liga seu antigo pc de décadas de companheirismo e abre no seu querido word, em uma pasta que se chama: livro das minhas histórias secretas. Essa menina gosta de combinações rudimentares. Na simplicidade ela via o encanto escondido por detrás do significado. Sua atividade preferida era lidar com as palavras. Escrevê-las até sentir que mais nada tinha a oferecer. Ninguém jamais a conhecia como ela mesma. Pois somente nas combinações escritas revelava quem realmente era. Sua intimidade e proximidade com seus escritos não tinham limite, apenas ponto de partida. Essa menina era chamada por diversos nomes. Mas para ela seu nome era sol.

O sol expressa luz. A luz que aquece os corações.

Escreveu certa vez assim que acordou em sua porta de madeira escura.