Ônibus

O ônibus está vazio. Isso não me surpreende, até porque hoje é uma terça-feira e geralmente onde eu moro os ônibus só lotam nos finais de semana, quando os parentes vem visitar os familiares e na segunda quando voltam para os seus lares. Isso é um fato corriqueiro por aqui. Todos já se acostumaram. Então você pergunta o que eu estou fazendo neste ônibus se é terça feira e ninguém viaja neste dia. Bem, indo embora. O que acontece, é que eu nunca me acostumei com isso. Minha vida não é o que eu esperava para minha vida. E nada vai mudar se eu continuar aqui. Nesse lugar pequeno, onde tudo é normal demais e nada cresce. Se você olhar para o rosto das pessoas vai ver que elas são felizes com a simplicidade daqui. A rotina para elas é algo extremamente agradável. Porém, não pra mim. Eu, sempre amei um desafio e aqui não há lugar para nenhum deles. Então, fiz as malas. E nem me dei  o trabalho de pentear os cabelos. Li em uma revista que um coque bagunçado é puro estilo. Assim que acordei, pulei da cama e escrevi uma breve carta para minha mãe explicando que estaria fora por um tempo indeterminado. E que não se preocupasse. Sei que ela vai pirar. Mas com a dúzia de filhos que ainda tem, acredite ela vai esquecer rapidinho. Meu pai, sei que não vai se importar. Tenho certeza que era isso mesmo que ele esperava de mim. No fundo, ele vai ficar é feliz. Afinal, eu nunca fui de compartilhar os mesmos desejos das minhas irmãs. Casar, ter filhos, criar os filhos, criar os netos e depois morrer. É, eu sou a do meio, digamos que uma das mais difíceis de se conviver. Dizem que sou teimosa, mas prefiro chamar isso de persistência. Sem ela meu caro, não se chega a lugar nenhum. Pra onde vou não sei. Não pergunte o meu destino. Quero apenas, por enquanto olhar pela janela e aproveitar a solidão do ônibus. Uma paz como essa é substancial. Vou guardar o que vivi de momentos bons desse lugar na minha mente. Porque não sei quando irei voltar. Se voltar. Quem sabe? Também, não vou ser hipócrita a ponto de dizer que não sentirei falta. Mas aqui é muita segurança pra uma pessoa como eu, que gosta de correr riscos.

xoxo

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Comentários

  1. Onibus vazio dá paz e medo ao mesmo tempo não?heheheh

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  2. Me identifiquei em alguns pontos,lembro-me que quando fui viajar para uma cidade tão calma quanto a que citou no texto,adorei.Mas acho que não me acostumaria com aquela "calma".Texto perfect!
    http://gabi-modaevoce.blogspot.com.br/

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