WebNovela: Enquanto durar o verão (Cap.7)

  - Num sei não, Mãe...
- Ah filha não custa nada ajudar... E você ama crianças.
 - É verdade, eu amo sim. Até me culpo de estar dando tão pouca atenção aos meus pequenos.
- Não se culpe, seus irmãos sabem que você anda muito ocupada esses dias. - Ao dizer isso, minha mãe senta ao meu lado na cama e acaricia meus cabelos.
- Seus cabelos estão mais escuros. Lembra que você era loira quando pequena? Já seus olhos estão cada vez mais verdes. Iguaizinhos aos do seu avô. Já a sua cor...
- Por mais que fique na praia, não consegue se bronzear... - Falei rindo de mim mesma. Minha mãe, claro me acompanhou. 
- É, eu ia dizer isso. 
- Mãe, eu quero, mas eu estou com medo, sabe?
- De se aproximar demais, é isso? Com medo de ficar perto demais do John? 
- É, não adianta eu negar isso pra você.
- Você sempre lidou tão bem com seus paqueras, os fazendo entender que não existia mais nada que amizade, não entendo seu medo, Júlia.
- Com ele é diferente, mãe. Eu não sei explicar. Meu coração acelera e fico com medo de falar bobagem. Minha voz fica tremula e minhas pernas fraquejam. 
- Parece que você já está apaixonada, filha.
- Não, não, Mãe! Não diz isso, por favor.
- Júlia, acho que está na hora de você reconhecer isso, ora. Deixe de bobagem. Você é uma garota linda, e me parece que o John também está interessado em você. Ah, a Amélia ficaria encantada se você fosse sua nora! - Disse minha mãe, com um sorriso de um canto ao outro. Será que ela não entendia, nem via que o John só queria brincar comigo? Não consigo acreditar que ele realmente goste de mim. Não mesmo. Ele não é esse tipo de cara. Não importa se a sua mãe e a minha ficariam felizes com isso. Eu não posso ariscar.
- Ele não está interessado em mim. E mesmo se tivesse, mãe.
- Você realmente é muito difícil, Júlia. Mas, faça o que achar melhor. Você está grandinha o suficiente para tomar suas próprias decisões. Só não esqueça dos preceitos que desde pequena, eu lhe ensinei. - Ao dizer isso, se levantou e me olhou de frente. Fez isso de uma maneira tão terna, que eu me pus a lhe observar. Parece que os anos não tinham passado pra minha mãe. Seus cabelos eram loiros e lisos desde que nasci. E sua pele não deixava transparecer que os anos tinham passado. Ela tinha 42 anos, mas não parecia. Várias pessoas me diziam que eu parecia com ela. Apesar que minha mãe é bem mais bonita. Quem me dera chegar na sua idade como ela. Não entendia como meu pai podia rejeitar ela. Não mesmo. Assim que minha mãe deixou meu quarto, desci pra resolver com meu pai se ficaria ou não. Querendo ou não precisava da aprovação dele. Mas, pra minha alegria meu primo e minha tia-louca-chamada Jane resolveram ficar na casa da praia. Assim, não tinha desculpas pra não ficar e ajudar com o trabalho voluntário que o John me convidou. Me despedi de todo mundo com o coração na mão. Temia o que futuro me traria brevemente. Dei um abraço apertado nos meus irmãos e aconselhei:
- Não façam besteira. E ajudem o pai a e mamãe, ouviram? - Ordenei carinhosamente para os gêmeos.
- Tá bom, Irmãzinha. - Disse o carinhoso Rafael. Já a Cristal apenas acenou com  a cabeça e me deu um beijo na bochecha. Eu amava esses pequenos. Eram como filhos. Depois que todo mundo se foi. Senti um vazio imenso na casa e principalmente, no meu coração. Chamei o Rodrigo pra ir a pria comigo, ele aceitou. Me pegou no colo e me carregou correndo até perto do mar. Em meio a risadas e brincadeiras ele me contou que estava com saudades da Daniela, sua namorada e perguntou se eu me importava se ele a chama-se para passar o final de semana conosco. O Rodrigo era o melhor irmão/primo mais velho que eu poderia ter. Nunca recusaria nada a ele. E claro, prontamente disse que ficaria muito feliz em vê-la.
- Obrigada Jú. De verdade. - Falou bagunçado meus cabelos.
- Não é nada, Ro! - Enquanto andávamos na beira da praia o telefone dele tocou e eu me afastei para lhe dar um pouco de privacidade. Só percebi que me afastei demais quando uma senhora muito chique me saudou. Era a mãe do John.
- Júlia, mas que alegria! Você ficou! Vai ajudar as crianças, não vai? - Perguntou me abraçando. Ela tinha um cheiro forte de rosas. E sua aparência feliz em me ver, me fez sentir mais vontade ainda de abraça-la.
- Olá, dona Amélia. Sim, irei ficar. E vai ser um prazer ajudar. - Disse com sinceridade, retribuindo o sorriso gentil que recebi.
- Espere o John saber, ele vai ficar tão feliz! Ele estava contando com você, minha flor. - Disse pegando minha mão e pondo entre as suas. Ela se parecia muito com minha mãe. Na aparência, os mesmos cabelos louros. Mas, minha mãe não usava tanta maquiagem. E nem era tão... Espontânea assim.
- É mesmo? - Perguntei sem graça.
- Sim, sim! Nós todos contávamos com você. Sabemos que você já até ensina em colégios de referência no Rio de janeiro.
- É, alguns. - Olhei pra trás, na esperança do Rodrigo estar vindo em minha direção. A mãe do John me analisava com olhos avaliadores. Ela estava sempre chique e elegante. Eu, toda bagunçada. Isso me intimidava. Olhei para o relógio e fiz uma expressão de presa na rosto e respondi:
- Dona Amélia, a senhora se importa se...
- Não, não querida! Eu vou pra casa agora mesmo! Quer uma carona? - Disse me interrompendo e apontando com a cabeça para o carro importado, que eu nem sabia o nome.
- Obrigada, mas não vou pra casa ainda. Preciso resolver uma coisa. Foi muito bom rever a senhora.
- O prazer, foi meu Júlia. Espero que vá almoçar comigo qualquer dia desses... Me sinto tão sozinha sem minhas sobrinhas por aqui. - Respondeu com um sorriso triste e me abraçou mais uma vez. Só que dessa vez, mais rápido como se estivesse com pressa de ir pra casa. Quando ela entrou no carro, acenei com a mão e me virei em busca do Rodrigo. Ele devia estar se perguntando se eu teria me perdido a essa hora. Olhei pro céu e o sol estava se pondo. Murmurei pra Deus, como gostaria que tudo desse certo nesse mês. E tenho certeza que ele me ouviu. Lá longe pude ver o Rodrigo sentado na praia com o celular na mão. Provavelmente, esperando que eu desse "as caras" novamente.
- Voltei.
- A Dan, chega amanhã.- Disse com um sorriso.
- Eba! - Respondi, me sentando ao seu lado na areia e lhe dando um abraço.
- O John ligou pra mim.
- Sério?
- Sim, ele me disse que ficou feliz em saber que você vai ficar.
- Sei... - Murmurei evitando olhar pra ele.
- Ele está afim de você, Júlia. - Disse com a voz séria.
- Impressão sua, Rodrigo.
- Não, não é. Só tome cuidado por favor, promete? - Perguntou, virando meu rosto para olhar em meus olhos.
- Prometo.


Sexta-feira (provavelmente) mais um capítulo de: Enquanto durar o verão.

Leias os capítulos anteriores aqui.

Comentários

  1. Me sinto perdido por não ler os primeiros capitulos, eu adorei esse, não tenho nenhuma ligação com algum personagem, mas garanto que irei voltar e irei ler o resto.
    A web me chamou muita atenção *-*

    XOXO :D | Joven Clube

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  2. Tão difícil tomar cuidado quando a gente tá apaixonada né? HEHEHEHEHEHE
    A Júlia é até muito ajuizada!
    Adorei o "imprevisto" fazendo ela ficar durante todas as férias! :D

    Quero ver o que vai rolar entre os dois!

    Um beijo, sua linda! <3

    www.naotenhopressa.com

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  3. Quando vem o próximo?? Hahaha
    Adoro esperar pelos capítulos, ótima ideia sua!
    Beijos

    Meu Meio Devaneio

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  4. Cheguei nessa parte, li e voltei pra ler os anteriores haha
    parabens pelo blog ja virei leitora aqui :)

    http://altoseebaixos.blogspot.com.br/

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  5. Estou adorando sua webnovela, está ficando interessante a história da Júlia e do John.
    Beijos!
    www.mahmaquiagens.blogspot.com.br

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  6. Wow, não li os primeiros capítulos mas gostei bastante desse. Você escreve muito bem, de verdade.

    Beijos! http://sugar-dance.org/blog

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  7. Ellen, eu não vou repetir o que disse desde o começo da Web Novela, que você está escrevendo de forma incrível. Tô adorando o rumo que a história ta tomando.
    http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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  8. Adorei vc escreve muito legal tudo de bom www.samukatraquina.blogspot.com.br

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  9. Muito bom o post amei vou sempre visitar seu website !!

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